domingo, maio 04, 2014

DISCURSO DE DESPEDIDA

Finalmente ao fim de 43 anos ao serviço da camara municipal chegou a hora da minha aposentação, na verdade era uma coisa que eu ambicionava já à algum tempo mas se não fossem as circunstâncias politicas atuais teria continuado mais algum tempo, até porque fazia aquilo que realmente eu gostava.
 Mas pronto já está, uma festa de despedida com alguns amigos e colegas, vários discursos de circunstância, não tenho nenhum jeito para estas coisas, por isso tive de pedir a uma pessoa amiga para ler algumas coisas que então tinha preparado, e que vou deixar aqui reproduzido.
 

Caros colegas...
 

Começo por agradecer a vossa presença, que me honra, mas, sobretudo, me deixa feliz...

Depois de mais de 43 anos ao serviço da Camara Municipal das Caldas da Rainha, chego a uma nova etapa da minha vida, onde tentarei, entre outras coisas, compensar as pessoas que muitas vezes sofreram com a entrega que sempre tive às minhas funções, muitas vezes exigentes, mas que sempre desempenhei com gosto.
 
A minha família foi sempre o maior apoio, mas também a mais prejudicada. As responsabilidades do trabalho estavam sempre em primeiro lugar.

Não foram poucas as vezes em que chegava a andar a ver obras com o anterior presidente - dr Fernando Costa- até às 2 ou 3 da manhã, e a minha esposa à minha espera no carro...

Como qualquer um de vós compreenderá, ela não ficava muito satisfeita... E tinha razão.
E agora terei mais tempo e mais condições para as acompanhar e compensar de todos esses momentos em que ficaram em segundo plano, para que eu pudesse fazer o meu trabalho da melhor forma ...com empenho, mas com algum sacrifício pessoal.
Nestes momentos, quase todos nós temos tendência a fazer uma retrospetiva e eu gosto de recordar muitas das coisa que vivi ao longo destes 43 anos.

De tudo o que fizemos ... e de muitas pessoas que cruzaram  a minha vida e me marcaram de alguma forma.

Não tive a possibilidade de ir para uma universidade e hoje penso que ainda bem.

Possivelmente não teria exercido a atividade que exerci, e onde fui feliz.
Fiz o que gostava e também tive a oportunidade de vos conhecer e de trabalhar convosco, e de estarmos aqui hoje reunidos.

Mas como estava a dizer, a minha Universidade foi aquilo a que chamamos a universidade da vida e ai tive a sorte de poder contar com a ajuda de grandes mestres.

E o primeiro deles, foi o meu pai!
Era um homem que não sabia escrever o nome dele mas tinha uma sabedoria invulgar sobre muitas outras matérias, o que me fazia admira-lo e tentar assimilar esse conhecimento. Aos 12 anos, o meu pai levou-me para um curso de poda de árvores, que frequentei durante 4 anos. Aí conheci outro grande mestre, o Eng Saraiva, um especialista neste assunto, assim como o Eng José Valente.
nesta universidade da vida, aos 15 anos, mudei de curso! E comecei a trabalhar como pedreiro para a firma Serafim e Filhos.
Aí tive como mestre, o sr. Serafim da Matoeira - como era conhecido-, pai do sr. Virgilio Cunha.

Este homem foi quem me deu as principais ferramentas e conhecimentos para que com 18 anos começasse a trabalhar nesta Camara Municipal.

E não foi fácil para um puto, com um saco de ferramenta, mesmo habituado a trabalhar, integrar-se num grupo de 40 ou 50 homens, todos mais velhos e já com alguns anos de Câmara.
 
Mas graças aos conhecimentos que trazia, e também a alguma rebeldia da minha parte, fui tendo argumentos para adquirir o respeito e a confiança dos meus colegas e dos meus superiores. E todos foram importantes para mim.
 
Aprendi muito com o meu encarregado na altura, o metre Elviro, homem com muitos conhecimentos e astúcia, que nunca se rogou a ensinar-me tudo o que sabia.
 
Não consegui aprender tanto como ele, mas aí acredito que tenha sido falha minha...
 
Gostava que entendessem que não falo destas coisas porque fica bem nestas alturas. Falo, porque foram realmente importantes. Aprendermos uns com os outros é importante.
 
Recordo-me de um dia estar a trabalhar numa rua da cidade e ser abordado por um senhor, já de certa idade, que eu não conhecia, e que me começou a falar de vários aspectos e a dar-me algumas ideias.
 
E ouvi com atenção e respeito aquele senhor, que se chamava Mestre Elias, e que tinha sido encarregado na Câmara, antes do encarregado daquela altura. Aprendi coisas com ele que ainda hoje utilizo no meu dia-a-dia.
 
Percebi que se ouvisse os outros, podia aprender alguma coisa, e foi sempre uma aprendizagem continua, com todos aqueles que tive oportunidade de orientar ao longo destes anos.
 
Não posso deixar de aproveitar este momento para lhes transmitir o meu reconhecimento e lhes agradecer toda a ajuda que me deram, com as vossas opiniões, o vosso esforço.
 
Foram indispensáveis para que eu também conseguisse executar as minhas tarefas com sucesso e dar resposta ao que me era solicitado.
 
Muito Obrigado!
 
Espero que continuem com esse espírito e colaborem com quem vier da mesma forma, sem deixar de dar o vosso contributo.
 
Porque existe cada vez mais do que uma maneira de resolver qualquer coisa, e ás vezes, quem faz, sabe como fazer melhor do que quem manda e por isso é importante dar opinião mesmo que nem sempre seja tida em conta, mas não faz mal!
 
Muitas vezes ouvi as opiniões dos meus colegas em relação a como fazer as coisas e verifiquei que eram ideias melhores que as minhas!
 
Agora que vou deixar de dar a minha opinião profissional, por exemplo, em relação a como devem ser podadas as árvores, ou como as calçadas devem ser executadas, gostava que no futuro, estes dois assuntos fossem tratados de forma mais adequada, até do ponto de vista técnico.
 
No futuro, gostava de passar pelas ruas do meu concelho e da minha cidade e não votar a ver calçadas, como as que recentemente foram executadas na rua Sebastião de Lima... ou árvores decapitadas, como aconteceu recentemente na Foz do Arelho, ou em A-dos-Francos.
 
43 anos é muito tempo. Mas ainda assim, sinto que não fiz tudo o que gostaria de ter feito, não dei resposta a tudo o que me foi solicitado, não atendi a todos os pedidos que me foram feitos... Ao contrário do que possam pensar, não é fácil conseguir estar em todo o lado ao mesmo tempo, e colaborar com todas as pessoas que precisavam dos meus serviços.
 
Há sempre um sentimento de frustração, de falha... não podemos fazer tudo o que queremos e como queremos. Mas devemos tentar sempre fazer o nosso melhor!
 
Ao Sr. presidente,
 
Aos senhores Vereadores
 
Caros colegas, amigos, desejo a todos as maiores felicidades e permitam-me só deixar-vos um pequenino pensamento:
 
Sintam brio naquilo que fazem. Colaborem, aprendam uns com os outros. Tudo será mais bem feito e mais fácil. 
























 

quarta-feira, setembro 04, 2013

quinta-feira, junho 30, 2011

domingo, fevereiro 13, 2011

No meu jardim


Já em Fevereiro ainda o meu diospireiro se encontra carregado, mesmo depois dos que comi, dos que dei e dos que a minha porquita tambem comeu, gosto de ver a àrvore assim carregada mas agora chegou a altura da poda e vou ter de lhe alagar os resto dos frutos.

Foz do Arelho em dia de inverno

quinta-feira, setembro 09, 2010

INDIGNADO

Há muito tempo, e por razões que nem eu sei explicar, que não venho a este espaço, e hoje também não estava com vontade nenhuma de o fazer, vim porque precisava de descarregar um pouco a raiva que senti enquanto jantava e via a entrevista da Judite de Sousa ao Sr. Carlos cruz.

Apareceu o caso casa pia há cerca de oito anos, com alguns nomes conhecidos pelo meio e que deixou muita gente perplexa, ou talvez não, uns foram presos preventivamente outros, embora indiciados lá ficaram de fora, sem que nós os cidadãos comuns percebêssemos, ou talvez sim, por aquilo que foi noticiado na altura dizia-se que, uns já tinha caducado o prazo para os factos apresentados, outros que as testemunhas não tinham sido precisas nos seus testemunhos indicavam os locais mas não o dia e a hora exacta dos factos, tudo muito complicado para nós entendermos, e ainda mais complicado quando alguém depois de alguns meses em prisão preventiva é solto e ilibado de qualquer crime e em consequência disso o Sr. Juiz é retirado do caso e transferido, e ainda pelo meio umas alterações à lei, ficamos todos na altura com um sentimento de perplexidade perante os que ia sendo noticiado diariamente. Depois de oito anos de julgamento, de recursos de vária ordem, com os arguidos a serem defendidos por alguns dos melhores advogados. Ouvia-se frequentemente dizer na rua só o bibi é que vai preso os outros safam-se todos mas no fundo no fundo tínhamos esperança que assim não fosse, e não foi, os arguidos foram quase todos condenados.

E aqui é que vem a minha indignação, um arguido que não conseguiu provar a sua inocência em tribunal e foi condenado a sete anos de prisão, vem agora utilizar a televisão publica para tentar provar o quê?, ou está a tentar intoxicar, ou a tentar amedrontar alguém, em poucos dias já assisti a pelo menos três programas com esse sr., os dirigentes da televisão publica que é paga com os nossos impostos deviam ter mais vergonha e não permitir que isto fosse possível acontecer, e vamos ver o que ai vem porque esse sr. Cruz já disse que vai continuar a provar na comunicação social a sua inocência. Por tudo isto me sinto indignado e envergunhado.

sexta-feira, julho 09, 2010

do meu pequeno jardim

É um dos meus entretimentos aos domingos de manhã, e alguns fins de tarde.

quarta-feira, junho 16, 2010