As pessoas se conhecem, se falam, se olham, convivem umas com as outras, ás vezes se tocam, se riem, se acariciam, outras se apaixonam. Mas em vez de pontes, constroem densos muros, porque já foram magoadas, rejeitadas, traídas, desencantadas, ou desiludidas, porque já lhes mentiram, ou porque não lhes disseram a verdade e se aproveitaram de sua ingenuidade, sua fragilidade e sinceridade, porque lhes levaram quase tudo, e quase tudo foi demais: como na canção do Paulo Gonzo…
As pessoas reagem à dor, quase que deitando fogo pelas narinas,
ou como um animal ferido que lambe as suas cicatrizes
recolhido em sua toca.
As pessoas choram, gritam, partem tudo, ou simplesmente
emudecem e ficam vazias.
Por vezes construir muros torna-se imprescindível par a sobrevivência.
É preferível permanecerem isoladas, do que abrir uma porta e arriscar a
sofrer de novo.
Há pessoas que não constroem um só muro, mas
grandes muralhas espessas.
Há pessoas que preferem muros de palha, e quando vem o vento,
esquecem as mágoas.
Um dia, uma janela esquecida, é abertura para o muro deixar de
fazer sentido.
Nesse dia, chega de novo o amor para ajudar a cicatrizar o que
surgiu do nada, mas que o
tempo não conseguiu.
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