Tornou-se quase um hábito o relacionamento humano, é sempre olho por olho dente por dente, a resposta a qualquer provocação vai sempre com outra provocação, é o nosso impulso natural, agimos sempre como se fossemos um espelho, com uma diferença, se podermos respondemos com mais agressividade ainda, à ofensa que nos foi feita. É superior ás nossas forças. E quando esse hábito entra num ciclo vicioso, numa espiral de vingança, que se multiplica no tempo, ao longo de várias gerações, isso torna-se um pouco assustador.
Este retrato da nossa maneira de ser merece algumas reflexões. Quando se tem vontade de contrariar o que é o hábito, quando este alimenta a espiral de vingança e violência.
Esse ciclo pode-se interromper, quando alguém for suficientemente forte, e não responder da mesma moeda, ou seja, que seja capaz de perdoar.
Não só seria a maneira de nos relacionar melhor uns com os outros, como talvez a única maneira, ou a mais correcta para alcançarmos a paz entre todo o ser humano.
Mas se tivermos a mesma capacidade, ou a coragem de utilizar o mesmo principio de espiral, não de vingança, mas sim para o bem, talvez ficamos agradavelmente surpreendidos, assim como o mal puxa o mal, também o bem puxa o bem, é só começarmos a experimentar.
A maneira como nos comportamos quando conduzimos nas ruas das nossas cidades, ou mesmo num outro qualquer local, talvez seja uma boa terapia para alterar os nossos comportamentos, sem nos deixarmos comer por parvos. Se nos descontrairmos, em vez de dizermos palavrões, se esboçarmos um sorriso, veja o que acontece. Em vez de tenta-mos encostar sempre ao carro da frente para que mais ninguém entre, deixe um espaço, deixe entrar o carro da fila do lado, não tente forçar a entrada só porque acha que tem a prioridade, tornava tudo tão mas simples.
Quando alguém tiver um gesto simpático consigo, agradeça, e verá que isso na maioria dos casos terá um efeito de retribuição do bem, quando temos a capacidade de tomar a iniciativa ou reforçar algo de bom, o efeito de retribuição aumenta, e contagia os outros, que possivelmente irão continuar o contágio desse momento. Haverá sempre alguém que acha você um palerma, por estes gestos, mas ficam a pensar, e um dia, mesmo esses irão descobrir que é este o caminho correcto.
Não tenhamos duvidas, que as relações humanas estão a atravessar momentos difíceis, eu diria até, que ás vezes a roçar o primitivo, temos de ter a capacidade para sermos mais tolerantes uns com os outros, como se costuma dizer” engolir alguns sapos, sabermos perdoar. Isto no transito, nos nossos trabalhos, no seio das nossas famílias, assim talvez consigamos construir um mundo um pouco mais humanizado.
Ma podemos começar pela maneira como se comportamos ao conduzir.
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